Independentemente da elevação do arquiteto a santo, basta caminhar pela
cidade catalã que qualquer crente irá cruzar com sinais de fé. A Casa
Batló, a menos de dois quilômetros da Sagrada Família, exibe uma cruz e
um São Jorge. A Casa Milà foi concebida como altar de uma grande imagem
da Virgem Maria, que não chegou a ser colocada ali por conta dos
conflitos religiosos e políticos locais. “Gaudí fez uma espécie de
rosário urbano”, diz o teólogo e arquiteto espanhol Eloi Aran Sala. Mas é
a Sagrada Família, que recebe três milhões de visitantes por ano, que
rouba a cena de católicos ou não, extasiados com sua beleza. Quando
lembrado de que talvez não estaria vivo para vê-la finalizada, o
arquiteto de Deus encolhia os ombros e dizia: “Meu cliente não está com
pressa.”
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