segunda-feira, 25 de junho de 2012

O "Arquiteto Santo"

Independentemente da elevação do arquiteto a santo, basta caminhar pela cidade catalã que qualquer crente irá cruzar com sinais de fé. A Casa Batló, a menos de dois quilômetros da Sagrada Família, exibe uma cruz e um São Jorge. A Casa Milà foi concebida como altar de uma grande imagem da Virgem Maria, que não chegou a ser colocada ali por conta dos conflitos religiosos e políticos locais. “Gaudí fez uma espécie de rosário urbano”, diz o teólogo e arquiteto espanhol Eloi Aran Sala. Mas é a Sagrada Família, que recebe três milhões de visitantes por ano, que rouba a cena de católicos ou não, extasiados com sua beleza. Quando lembrado de que talvez não estaria vivo para vê-la finalizada, o arquiteto de Deus encolhia os ombros e dizia: “Meu cliente não está com pressa.”

O estilo de Gaudi

Uma primeira fase que se pode identificar na arquitectura de Gaudí poderá ser chamada de “mourisca” uma vez que o arquitecto buscou inspiração naquele tipo de construções: as formas, as cores, os materiais, tudo aponta na mesma direcção.
Outra fase importante da obra de Gaudí foi aquela que decorreu sob o mecenato de Güell. Este rico habitante de Barcelona era o retrato do industrial bem sucedido. A sua casa estava aberta aos artistas e Gaudí foi também acolhido e aí contactou com a chamada “Arte Nova”, que viria a usar mais tarde. As encomendas de Güell a Gaudí montam a cinco obras de arquitectura.
Uma outra fase identificável na obra de Gaudí é o que se pode classificar de período “gótico”. Gaudí utilizará os princípios deste estilo, bem como algumas das suas formas mais típicas; no entanto o gótico em Gaudí manifestar-se-á também em inovações ousadas, como são, por exemplo, os seus arcos parabólicos.
Já arquitecto de créditos firmados, Gaudí buscou um estilo próprio e se quisermos citar exemplos desse estilo as casas Batló e Milá serão certamente as que nos acudirão ao espírito. De tal forma ousadas eram essas construções que o público de Barcelona, apesar da estima e do prestígio de Gaudí, não deixou de as alcunhar e de as considerar quase aberrantes. A obra de Gaudí por excelência foi, no entanto, o templo expiatório da Sagrada Família, obra a que dedicou uma parte importante da sua vida e em que trabalhou aturadamente nos seus últimos 12 anos de existência. Está em curso um movimento em prol da beatificação de Gaudí pela Igreja Católica, promovido desde 1992 por uma associação secular.

Biografia de Antoni Gaudi

Seus primeiros trabalhos possuem claras influências da arquitetura gótica (refletindo o revivalismo do século XIX) e da arquitetura catalã tradicional. Nos primeiros anos de sua carreira, Gaudí foi fortemente influenciado pelo arquiteto francês Eugene Viollet-le-Duc, responsável em seu país por promover o retorno às formas góticas da arquitetura.
Com o tempo, entretanto, passou a adotar uma linguagem escultórica bastante pessoal, projetando edifícios com formas fantásticas e estruturas complexas. Algumas de suas obras-primas, mais notavelmente o Templo Expiatório da Sagrada Família possuem um poder quase alucinatório.

Gaudí é conhecido por fazer extenso uso do arco parabólico catenário, uma das formas mais comuns na natureza. Para tanto, possuía um método de trabalho incomum para a época, utilizando-se de modelos tridimensionais em escala moldados pela gravidade (Gaudí usava correntes metálicas presas pelas extremidades: quando elas ficavam estáveis, ele copiava a forma e reproduzia-as ao contrário, formando suas conhecidas cúpulas catenárias).


 Também se utilizou da técnica catalã tradicional do trencadis, que consiste de usar peças cerâmicas quebradas para compor superfícies.
Ridicularizado por seus contemporâneos, Gaudí encontrou no empresário Eusebi Güell o parceiro e cliente ideal, tendo sido praticamente seu mecenas.

Politicamente, Gaudí foi um fervoroso nacionalista catalão (ele foi certa vez preso por falar em catalão em uma situação considerada ilegal pelas autoridades). Em seus últimos anos, devotou-se exclusivamente à religião católica e a construção da Sagrada Família (obra nunca concluída).
Antoni Gaudí trabalhou essencialmente em Barcelona, a sua terra natal, onde havia estudado arquitetura. Originário de uma família não muito abastada, Gaudí tendeu para a procura do luxo durante a juventude; no entanto na idade adulta e no final da vida essa sua tendência diluiu-se por completo. Quando jovem aderiu ao Movimento Nacionalista da Catalunha e assumiu algumas posições críticas face à igreja; no final da sua vida essa faceta desapareceu também. Gaudí nunca se casou.
Em Barcelona a sua arquitectura assume foros de excepção, num ambiente essencialmente funcionalista de uma cidade de desenvolvimento industrial. Gaudí deixou-se influenciar por inúmeras tendências, não tendo nunca dedicado a sua arquitectura à tentativa de cópia de um estilo determinado. Uma das mais fortes influências que recebeu foi a de Viollet-le-Duc através do qual conheceu parte do seu gótico inspirador. Morreu aos 72 anos, vítima de atropelamento. Encontra-se sepultado no Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona, na Espanha.















 Túmulo de Gaudi, que encontra-se na cript da Sagrada Família, em Barcelona.

Casa Milá

Construído entre 1906 e 1912, foi encomendada por Pere Milà, por ocasião do seu casamento com Roser Segimon. Hoje pertence a um banco. A Casa Milà, também conhecida como La Pedrera (em catalão: A Pedreira), é um edifício desenhado pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí e construída entre os anos 1905 e 1907. Está situada no número 92 do Passeig de Gràcia (passeig é catalão para "promenade" ou "avenida"). Foi construída para Roger Segimon de Milà. É parte do Património mundial da UNESCO, juntamente com outras obras de Antoni Gaudí.

Casa de la Botines

A Casa Botines, Casa de Botines, Casa dos Botines, ou simplesmente Botines, (cujo verdadeiro nome é Casa Fernández-Andrés) é um edifício desenhado pelo arquitecto espanhol Antoni Gaudí. Situa-se em Leão, Espanha e foi construído de 1892 a 1893.
O Palau Güell (em português Palácio Guëll) é um palácio localizado na cidade de Barcelona, Espanha. Construído entre 1885 e 1889, foi desenhado por Gaudi para Eusebi Güell, seu principal cliente.